quinta-feira, 9 de abril de 2015

Estamos de volta com as discussões do segundo encontro da turma que aconteceu no dia 08 de abril.
Neste dia começamos o estudo do texto: Texto e Hipertexto: o "hiper" do hipertexto e outras questões, Esse texto, assim como o da primeira aula, também é de autoria do professor Luiz Fernando Gomes, mas enquanto o primeiro faz parte do livro Hipertexto no Cotidiano Escolar, esse faz parte do livro Hipertextos Multimodais: leitura e escrita na era digital.

Essas são as capas dos dois livros citados:
























Logo de início, fica claro que a intenção do autor quando propõe um estudo sobre o prefixo "hiper" da palavra hipertexto era de trazer o hipertexto para o âmbito da linguística, mostrar a necessidade de entender o hipertexto como objeto da linguística, pois os estudos sobre ele estavam ficando muito na área tecnológica.
A primeira questão que o autor discute é a do processo x uso.
Logo em seguida o autor discute a relação entre texto e hipertexto.
Na minha opinião essas duas questões são imbricadas, pois a área tecnológica vai colocar o foco das pesquisas sobre hipertexto nas questões de uso; enquanto a área linguística e das ciências cognitivas deve colocar o foco no processo da construção de sentidos do texto, coisa que não estava acontecendo com a frequência esperada.
 A crítica do autor a esse tema está ancorada em Miall (1998), que diz que temos que partir do que conhecemos sobre leitura e escrita de textos e os processos psicológicos envolvidos. Só com um conhecimento bem alicerçado nesse área é que poderemos averiguar os impactos que o hipertexto pode trazer para essa área. Para o autor não é a diferença entre texto e hipertexto que é relevante, mas se o leitor está interessado em processar o texto ou apenas em usá-lo.
Segundo o autor, as pesquisas na área de Linguística Aplicada e Linguística de Texto deveriam se ater para estudar como os leitores inter-relacionam informações no hipertexto, como se constrói a coerência em textos linkados.




Vamos agora tentar resumir o que cada autor considera com relação a texto e hipertexto. Perfetti opta pelo redirecionamento da questão das semelhanças e diferenças entre texto e hipertexto para as questões de uso.
Os que partem em busca das semelhanças entre texto e hipertexto:

  • Rouet e Levonem afirmam que não existe diferença no tocante a linearidade nos dois suportes. As gravuras, os índices, os gráficos, etc permitem a leitura não linear, mesmo sendo com um grau menos do que os hiperlinks.
  • Kock também compara os dois suportes e não vê diferença entre as notas de rodapé e referências feitas num texto impresso e os links do hipertexto. Ambos dão liberdade ao leitor de interromper a leitura quando quiserem para fazer consultas. Para ela a diferença está apenas no suporte e na forma e rapidez de acesso.
Os que partem em busca das diferenças entre texto e hipertexto:
  • Lemke diz que o hipertexto é diferente do texto porque oferece apenas unidades de informação com possibilidades de trajetória não sequencial, não apresentando um eixo narrativo ou argumentativo.
  • Marcuschi radicaliza quando diz que o hipertexto por explicar tudo, acaba não explicando nada.
  • Braga vê diferença oferecida pelos links do hipertexto como centrais na sua extruturação.
Eu consegui, no final da leitura, ver semelhanças e diferenças em ambos os sentidos: tanto de processo como de uso. Concluo concordando como autor,  no sentido de que nós ainda não tínhamos respostas nem para todas as questões que envolvem o texto impresso, e agora além delas nos confrontamos com as questões que envolvem o hipertexto. Haja pesquisa!

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